segunda-feira, 20 de maio de 2013

Romanos 8.14-16 - Uma breve reflexão

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes outra vez, atemorizados,mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”
Romanos 8.14-16

            O Apóstolo Paulo é bastante claro quando discerne que os filhos de Deus são identificados como aqueles a quem se permite ser conduzidos pelo seu Espírito. Pelo Espírito do Próprio Pai. E que somos considerados “filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gálatas 3.26 - NVI). (Isso significa dizer também que, estamos envolvidos com a Trindade). Que graça maravilhosa! Pela fé no Filho nos tornamos filhos adotivos “segundo a boa determinação de sua vontade” (Efésios 1.5 – Almeida Século XXI). Filhos que são gerados e filhos que são adotados. Gerados somos todos. Afinal de contas, Ele “formou o homem do pó da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida” (Gênesis 2.7). Ora, aquilo que O Pai soprou vinha dentro de si; portanto Deus é Aquele que reparte com a sua criação justamente o que estava em seu interior e compartilha conosco de modo que dentro de nós também ficasse. “E o homem tornou-se uma alma vivente” (Gênesis 2.7b). Mas, filhos que são adotados recebem a GRAÇA da inclusão; de serem aceitos segundo o beneplácito de sua boa vontade. Pois ninguém adota sem liberalidade; sem identificar-se com aquele que é adotado. Sendo assim, uma vez que somos criados pelo próprio Criador por Ele também somos adotados. Isso é amor em demasia; amor sem explicação; amor de Pai. Amor de Abba.
            Mas não recebemos o espírito de escravidão, porque o Espírito que o Pai concede é o Espírito de Adoção. Anteriormente, vivíamos atemorizados, mas agora envoltos nos braços do Pai protegidos pelo seu amor, não temos o que temer, pois “no amor não há medo, pelo contrário, o perfeito amor elimina o medo, pois o medo implica castigo, e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor” (I João 4.18). E é justamente esse Espírito de Adoção que podemos chamar Deus de “Paizinho”, “Papai”.
            Em seu livro “O impostor que vive em mim”, Brennan Maning afirma que: “Em sua jornada humana, Jesus experimentou Deus de um modo que nenhum profeta de Israel jamais tinha sonhado ou ousado imaginar. Jesus era habitado pelo Espírito do Pai, e deu um nome a Deus que escandalizou os teólogos e a opinião pública de Israel, o nome que saiu da boca do carpinteiro nazareno: Aba.”
            Muito provavelmente Jesus se utilizou dessa expressão íntima quando falava com seus pais, referindo-se inclusive ao seu pai de criação, José. Em nenhuma religião no mundo, até mesmo no judaísmo havia precedentes desse pronome de tratamento. Jesus veio trazer uma resignificação de YHWH. De nome, antes impronunciável, YHWH agora é Abba.
            Joachim Jeremias afirma “Aba, como forma de se dirigir a Deus, é ipsissima vox, uma expressão original, autêntica de Jesus. Somos confrontados com algo novo e inusitado. Nesse ponto está a grande novidade do Evangelho”.
            E se não recebemos o espírito de escravidão, recebemos assim o Espírito de Liberdade. A experiência cristã de Deus é um chamado à liberdade. E se todos somos guiados pelo seu Espírito não temos porque temer a liberdade. Não há espaço para concessão do pecado, da licenciosidade, da permissividade, do contrário já não somos guiado pelo Seu Espírito. É nesse ponto que muitos revelam um legalismo disfarçado de graça. Assim, aqueles que vivem na angústia da liberdade da graça, precisam do cabresto da lei e resumem a vida cristã à uma listinha de regras, entre proibidos e permitidos.
            Repito e insisto: Todo aquele que é guiado pelo Espírito de Deus, vive a liberdade do Espírito, experimenta uma vida na GRAÇA e não teme a liberdade porque é guiado pelo Seu Espírito.
            E as atitudes de quem é filho, revelam a identidade do Pai. É isso que Jesus também veio nos mostrar; um Pai que ama, só pode criar filhos que amam; um Pai que se doa, só poder criar filhos com o mesmo comportamento. Mas o Espírito que recebemos, “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. Há uma conexão de Espírito-espírito. Um relacionamento. Partir daí, damos a conhecer – principalmente a nós mesmos – quem é o nosso Pai.

            Deus os abençoe.

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