terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Coisas que ficaram para trás


“Irmãos, não penso que eu mesmo já tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”
Filipenses 3.13-14
            As palavras de Paulo à igreja em Filipos são bem conhecidas do grande público evangélico. Há, inclusive, um louvor que trata do mesmo tema. Esse versículo pode ser utilizado com diversas propostas e intenções, mas você já parou para se questionar sobre o que realmente Paulo estava querendo dizer ao afirmar coisas que ficaram para trás? Que coisas eram essas? E o que ele pretendia com prossigo para o alvo? É justamente procurando responder às essas questões que convido você a refletir comigo nesse breve momento.

            Paulo era um homem religioso, orgulhoso de si e de suas raízes judaicas e ele apresenta suas credenciais de um homem religioso. [PAUSA] A palavra carne utilizada pelo apóstolo, nesse contexto e em tantos outros, refere-se ao cumprimento moral dos seus deveres religiosos, as suas tradições judaico-religiosas; sua religiosidade em geral. Vamos lá! “Se alguém pensa que pode confiar na sua religiosidade, muito mais eu; circuncidado ao oitavo dia, da descendência de Israel, da Tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, persegui a igreja; quanto à justiça que há na lei, eu era irrepreensível”. Filipenses 3.4-6. Pense bem se ele não tinha motivos do que se orgulhar.

            No entanto, para o apóstolo da graça, “o que para mim era lucro” – diz ele – o que era lucro? Sua virtuosidade com relação a religião. “[...] passei a considerar perda, por amor de Cristo”, prossegue. Paulo estava considerando como esterco (Filipenses 3.8), todo seu passado religioso de uma vida sem Cristo. Ele sabia muito bem que ninguém é justificado pela lei (Gálatas 3.11), mas que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei (Romanos 3.28). Desse modo, ele prosseguia para o alvo, que é Cristo (Romanos 10.4), o fim da lei. É em Cristo que todo homem é moldado à medida da estatura da plenitude de Cristo (Efésios 4.13).

            Isso nos leva a pensar da seguinte forma: Cristo é o “divisor de águas” na vida de um pecador, como também na vida de um religioso. Existe muito religioso que excluindo Cristo e sua graça, leva uma vida des-graçada. Quando reduzimos o cristianismo à um cumprimento de regras religiosas ("posso ou não posso"; "devo ou não devo"), excluímos Cristo e sua graça. Quando nos orgulhamos de nossa religiosidade aparente, excluímos Cristo e sua graça. Quando achamos que somos “certinhos” demais para com Deus, excluímos Cristo e sua graça, e a consequência é uma des-graça. (Os bancos de nossas igrejas estão lotados de gente assim). É justamente isso que devemos deixar para trás. Diante de Deus não existe credenciais religiosas, e todo religioso que apresenta sua credencial é um des-GRAÇA-do. O que Paulo considerou como esterco (cocô mesmo!) tem muito religioso considerando como virtude.

            O meu convite a você nesse ano é uma vida pelo Espírito (Gálatas 5.25). Que Cristo possa fazer parte de sua vida religiosa, que você possa prosseguir para o alvo que está adiante de você, não existe méritos nessa relação, se alguém tem todo mérito, é Jesus, não somos nós. E que possamos aprender pelo Espírito a viver uma vida que agrada a Deus sem pretensão alguma de querer agradar a Deus – pois quem vive para Deus, se liberta inclusive de desejar agradá-lo e passar a imitá-lo, na pessoa do seu Filho. E que possamos alcançar a maturidade da fé, à uma vida cheia da graça e que assim, possamos viver de acordo com o que já alcançamos (Filipenses 3.16). Um abraço. Deus os abençoe.

            

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